sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Fabiana Murer desbanca rivais na Suíça e é campeã da Diamond League

A ausência de Yelena Isinbayeva pouco importa. Fabiana Murer conseguiu. Antes sem confiança, a brasileira aproveitou o período de recesso da musa russa, brilhou em todo o ano e conquistou, nesta quinta-feira, o título da Diamond League, principal série da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (Iaaf). No Weltklasse Zürich, em Zurique, a brasileira saltou 4,81m, abaixo de sua melhor marca no ano (4,85m), mas suficiente para deixar as rivais para trás e ficar com o título. Ela ainda tentou saltar em 4,90m, para derrubar a americana Jennifer Suhr da liderança do ranking. Não deu, mas não fez diferença: o ouro já estava garantido.



Fabiana, assim, igualou façanha que apenas quatro atletas do país haviam conseguido. Antes dela, Zequinha Barbosa (800m), em 1986, Robson Caetano (200m), em 1989, Claudinei Quirino (200m), em 1999, e Maurren Maggi* (salto em distância), em 2002, trouxeram o título para o país, épocas em que a principal série do atletismo tinha outros nomes. O último deles, Golden League.

A brasileira terminou a competição com 23 pontos. A russa Svetlana Feofonova foi a vice-campeã, com 14, enquanto a alemã Silke Spielburg ficou em terceiro lugar, com 11.

A Diamond League é uma série composta por 14 meetings da IAAF. Cada uma das 32 provas, porém, só precisa estar presente em sete deles. Nas seis primeiras etapas, a medalha de ouro vale quatro pontos; a prata, dois; o bronze, um. Na última, no entanto, a pontuação é dobrada.

O campeão de cada uma das 32 modalidades ganha US$ 40 mil (cerca de R$ 70 mil) e leva para casa um troféu de diamante.

Paciência para ficar com o título
Como precisava de um segundo lugar para ser campeã, a brasileira teve paciência para fazer o primeiro salto. Não foi à pista nas três marcações iniciais. Suas rivais na disputa pelo título, a russa Svetlana Feofanova e a alemã Silke Spielburg, saltaram antes, em 4,41m. E acertaram.


A pressão sobre Fabiana, então, aumentou. Mas seu primeiro salto, em 4,51m, foi perfeito. Com o sarrafo em 4,61m, acertou mais uma, assim como Feofanova e Spielburg. Todas ficaram fora da marca de 4,66m e foram direto para a de 4,71m.

Fabiana e Svetlana acertaram. Silke errou a sua tentativa e a de 4,76m. O caminho, então, ficou mais fácil. Na sequência, a brasileira saltou para 4,76m e conseguiu mais uma vez. Sua última rival ficou pelo caminho. Fabiana, ali, conquistava a Diamond League. Mas ela queria mais. Superou o sarrafo em 4,81m e foi direto para 4,90m, na tentativa de superar a líder do ranking, a americana Jennifer Suhr. Errou os três saltos. A liderança, então, ficou para depois.

Ano de superação
O ano de 2010 tem sido de superação. Após a frustração com a perda da vara nas Olimpíadas de Pequim e o quinto lugar no Mundial da Alemanha, a saltadora deu a volta por cima. Em janeiro, foi campeã no Mundial Indoor de Doha, superando Isinbayeva, ao saltar 4,80m.

A lista de conquistas continuou com o ouro no GP Brasil, no Rio (4,75m), no Ibero-Americano de San Fernando (Espanha), com a melhor marca do ano e o novo recorde sul-americano (4,85m) e nos meetings da Diamond League de Mônaco (4,80 m), Roma (4,70 m), e Eugene (4,58 m). Além disso, foi prata em Gateshead (4,66 m) e bronze em Estocolmo (4,51 m).

O segundo semestre de Fabiana foi talhado para fazê-la evoluir. Até o Mundial do Catar, Fabiana percorria 36 metros dando 16 passadas rumo ao sarrafo. A partir daí, começou a treinar um salto percorrendo a mesma distância em 18 passadas. Além disso, trocou as varas antigas, com 4,55m, por outras maiores e mais fortes, com 4,65m.

Deu certo. Após período de adaptação, continuou sobrando no circuito. Depois de brilhar nas etapas da Diamond League, chegou ao topo nesta quinta, garantindo o título da competição.

Fonte: Globoesporte.com

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